Mau argumento de sequela, este filme errou o público. Actores que não sabem fingir um sorriso, sequer tentam o beijo desinteressado. As legendas: desfasadas, com entrelinhas que decidimos ignorar em complacência. A banda sonora que apela à libertação e o céu que fica, pálido, sem surpresas.
Tenho as palavras coladas ao esterno, embargadas, secas e empasteladas, não fluem com a naturalidade de quem conversa no escuro e espanta o sono, com gosto, como gosto. Evidentemente, as emoções andam desalinhadas, não me querem sair em linha recta, arquivadas por intensidade e ordem cronológica. Saem em ondas espumosas, revoltadas, à revelia da ordem que tinha imposto a custo, arrastam consigo todos os oceanos onde me podia perder. Quando olho nos teus olhos, só silêncios à espreita, intenções não ditas, gestos que se arrependem a meio… Recuos. Nos meus, recantos de dor que sabes decifrar. Daquela dor tua... Tua porque a inventaste. O rol das tuas culpas só te convence a ti; sou eu quem não é perfeita o suficiente para cativar o teu tempo, sou eu quem não é forte o suficiente para me querer dar (apenas) a quem me quer bem. Tu, não mereces uma das minhas sílabas. Mas escrever-te-ei até te exorcizar. Porque são os silêncios escuros que me corroem os dias, que não sei encontrar-te na ponta dos meus dedos, onde te tive tão certo, te senti seguro de ti e tão feliz.
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