PARADA
Com um grande termómetro no chapéu
e um certo ar marcial equidistante
todos saíram hoje das suas casas na duna
para a rua a soprar o vento que vem de longe
a certeza que há-de vir de longe
Os prisioneiros polícias dos polícias prisioneiros
nas montras nos passeios por baixo dos bancos
passam os pontos escuros para o outro lado
sem esquecer o espelho
sem esquecer o aranhiço meticulosamente pequenino
para fazer a surpresa
sem esquecer a borboleta tonta que sobe no horizonte
da cor do sol
o pescoço da nossa felicidade
Mário Cesariny, in ‘burlescas, teóricas e sentimentais’, p. 124, colecção forma nº 7, Editorial Presença, Lisboa, 1972 (Antologia, tendo origem o poema na obra ‘Pena Capital‘, 1957).
sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra uma pedra
configurada um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra [...]
Mário Cesariny, Autografia, Assírio & Alvim
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