Come away with me in the night
Come away with me
And I will write you a song
Come away with me on a bus
Come away where they can't tempt us
With their lies
I want to walk with you
On a cloudy day
In fields where the yellow grass grows knee-high
So won't you try to come
Come away with me and we'll kiss
On a mountaintop
Come away with me
And I'll never stop loving you
And I want to wake up with the rain
Falling on a tin roof
While I'm safe there in your arms
So all I ask is for you
To come away with me in the night
Come away with me
Quem dance comigo no meio da rua.
Quem me beije à chuva.
Quem adivinhe quando preciso dum abraço.
Quem não precise de perguntar porquê.
Quem tenha orgulho em andar de mão dada comigo.
Quem me faça rir.
Quem escute realmente o que digo.
Quem não hesite em voar comigo sem destino.
Quem me faça sentir única e especial.
Quem não me sufoque senão com ternura.
Quem não me traga de volta à realidade quando sonho.
Quem me deseje.
Quem me diga sempre e só e toda a verdade.
Quem me aqueça quando tenho frio.
Quem me faça acreditar.
ou talvez não procure, porque encontrei quando menos procurava.
- em que olhas para o espelho e não reconheces quem vês?
- em que recordas quando pensavas ter tudo e percebes que tudo na vida é efémero?
- em que chegas à conclusão que aquele dia em que te faltou o chão era inevitável e foi um dos mais libertadores de sempre?
- em que recordar aquele primeiro beijo no comboio te leva às lágrimas?
- em que davas quase tudo para voltar 3 meses para trás no tempo?
- em que sentes que a tua saúde mental já teve melhores, mas também piores, dias?
- que devia ter sido o mais feliz da tua vida e sentiste apenas solidão?
- em que tiveste incontroláveis ataques de riso?
- em que percebes que a tua dor é idêntica à dor que criticas?
- em que sabes que a vida não é aqui mas daqui não arredas pé?
- em que as boas notícias foram más e as más notícias foram boas?
- em que olhaste nos olhos dum amigo e a dor da saudade se antecipou?
- em que te apeteceu acender o rastilho antes de sacudir a pólvora das mãos?
- em que o frio que sentes vem de dentro para fora?
Eu chamo-lhe ‘qualquer dia desta semana’. Ou TPM deslocada.
Hoje fiz limpezas de memória. Das memórias electrónicas de registos que noutra altura me pareceram dignos de recordação e, de caminho, limpei também o disco rígido craniano. Aproveitei para revisitar momentos, dar-lhes um último aceno de despedida. Reparei no quão mimada me tornei. (Mal) habituada a beijos matinais temperados com palavras melosas, a mimos salpicados erraticamente pelos dias. Foram dias felizes, quase todos. Não importa se um dia acabou sem nexo, importa que foi verdade até esse dia. Foi amor, foi paixão também. Era um rio de leito morno e terno, cada abraço transbordava doçura, aquela saudade que doía no peito… E nele naveguei erraticamente, deliciada, feliz. Talvez não tanto pela pessoa que me olhava como pela reciprocidade do olhar.
Recordei com carinho, nostalgia até. Encontrei um recanto de mim que anseia pelo reencontro de dois sorrisos de mãos dadas, sussurros ternos à luz da lua. Romântica, idealista, talvez apenas carente. E sim, penso em ti, que eu (até) gosto de ti.
Talvez seja este o sentimento que hoje não sei assumir: É bom ter um abraço para onde rumar, é bom beijar e ser beijada, é confortante (porém, insuficiente) a companhia, antídoto ideal quando a solidão se torna oca e faz ecoar o silêncio da tua própria vida.
Diz-me, se souberes, se é isto que procuras aqui. Se não souberes vai descobrir e regressa depois, que doutro modo terei que te explicar porque não posso voltar a ser uma construção holográfica de mim própria em enredo de conto de fadas (e convenhamos que assim se perde metade do encanto, materializando em verbos as verdades). Por principesco que sejas, e suspeito que o és, eu sou apenas eu, sem aspirações a ser princesa. Sou quem sou, nada fácil, por sinal (assim reza a lenda); trago comigo bagagem, mágoas e cicatrizes, memórias das que não se consegue apagar; trago comigo descobertas que puseram todo um fantástico mundo a nú e trataram de enxotá-lo para outra galáxia. Pior, trago horizontes amplos, distantes, ambições; Trago certezas do que quero e forças para lutar.
Come what may… Diz ao que vens e o que pretendes de mim. Não te atrevas reclamar passados e futuros, tampouco a alma que deixei escapar-se por aí. Mas serás bem-vindo se vieres por bem. Ousas passar esta porta, sem mapa nem bússola, sem rede de segurança, no turning back?
Na altura, tenho de confessar, caíram dois ou três mitos pelas escadas abaixo. Cliché à parte, pensava realmente que não havia já pessoas assim. Não nego que equacionei até um ou outro beijo escondido, mas apenas nos meandros da imaginação ensonada, que à altura tinha uma venda no coração e correntes de cimento no desejo. A empatia foi natural, permaneceu, que há coisas que o tempo e a distância não conseguem perturbar.
Tem-me vindo a surpreender, de mansinho, como quem pede licença com os nós dos dedos a acordar as vidraças. Singelo. Inesperado. Como um poema a meio da manhã, um mimo, uma delicadeza na abordagem… Doce e honesto, conheço-lhe o passado e os sonhos.
Cabeça de vento, distraída, às vezes esqueço-me de olhar em volta, por ter o olhar fixo na Lua. Outras vezes duvido mesmo da minha própria existência dentro do tornado que fiz minha casa, minha identidade.
Só para que saibas, finalmente reparei que estás aí. Só não sei onde estou eu.
Hoje foi um dia francamente mau.
Poderia ter sido tão melhor se tivesse lido antes aquele e-mail, que com o poder duma palavra apenas me devolve a vontade de sorrir.
Eu também te adoro, sabes?
Hoje preciso dum beijo à chuva... Para lavar a alma.
Dói recordar.
Doem as pernas entrelaçadas, os cabelos afagados, os pés ousados.
Doem os beijos que ninguém viu, os sorrisos tão verdadeiros.
Dói o nariz no pescoço, a língua nas orelhas, cada curva arrepiada.
Dói a lágrima derretida que não soube esconder-se.
Doem os dedos entretidos, os pêlos espantados.
Doem as carícias lambidas, os lábios longos e mornos.
Chega a doer o cheiro das flores, o vapor do duche, o abraço nú.
Dói aquela sede, o suor e o prazer.
Dói a palavra que escapou a medo, o brinde enganado, a gargalhada abafada.
Dói andar à deriva, mas também atracar. Dói regressar.
Partilhando mais um pouco do que me faz vibrar:
The Embrace, 1900 - Pastel on paper
Roofs of Barcelona - Barcelona, 1902 - Oil on canvas - 57,8 x 60,3 cm
Para quem quiser mais: aqui.
Mais vale não te ver, que me pões a pensar demais. Mais vale não ler o que escreves, o que não me escreverás, que me aperta o fôlego num não saber de onde vem esta ridícula ansiedade. Mais vale não sonhar com o sabor dum beijo teu.
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