Assim "derrepentemente" quando olhei só para o cartaz pareceu-me que já estive neste filme...
Mas o (meu) filme era outro. O argumento da sequela até já está escrito.
E o Slumdog Millionaire até consegue ser um bom filme.
(Devia regressar à minha assiduidade passada nas salas de cinema...)
Um dos melhores escritores do mundo, um dos melhores realizadores do mundo, uma sátira metafórica à Humanidade. Tudo juntinho, num batido... de leite alvíssimo. Não desiludiu, mas confesso que não arrebatou como desejava. Malditas expectativas, que insuflam, movidas às melhores premissas, e quando se chega ao destino nos fazem cruzar os braços à espera de algo mais. Ainda assim, não hesito em elogiar inequivocamente a mestria do Meirelles, presente em cada detalhe, em cada ângulo aparentemente fortuito; a sublime interpretação da Julianne Moore; a fidelidade para com o romance (que ganha, nas palavras de Saramago, uma dimensão para mim maior, mais profunda, crua, autêntica).
O ponto que marca a diferença (como ultimamente reparo em tantos vértices da minha vida) é a Paixão. Aquele sentimento extremado, de picos, que solta gritos ou lágrimas ou murros, que dá força para escalar montanhas quando as quedas já foram mais que muitas. Sobre O Fiel Jardineiro escrevi, em 2006: "Um filme arrebatador, tão belo que fere os olhos, tão perturbador que revolve as entranhas. Que fotografia, que extraordinários actores! O Meirelles é o melhor realizador de todos os tempos! Estou apaixonada por este filme, como raramente acontece." Lá está, a Paixão. Como já me tinha acontecido com a Cidade de Deus, um dos mais belos filmes de sempre. O Blindness não me apaixonou, sendo porém apaixonante (mais uma daquelas contradições inexplicáveis senão com a escusa de, também aqui, tratarmos de sentimentos e, esses, ninguém saber muito bem por onde começa a explicação).
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