When no means no;
When forever means forever;
When never again means never again.
Right here, beneath all of the growing pains, nobody hides, nobody is undercover.
Some call it bad temper. I call it Truth.
Já chega de me queixar de tudo nos últimos tempos (não, não é só TPM deslocada). Queixo-me do calor lá dentro, do frio e da chuva lá fora, queixo-me do emprego que ainda não mudou e das ofertas de novos empregos, queixo-me se durmo demais ou se não consigo dormir, queixo-me de ter tanto que fazer e de não conseguir fazer nada, queixo-me se ele não liga e das conversas que tem quando liga, queixo-me de estar aqui e do mau jeito que dá sair agora…
Por favor, mandem-me calar! Já nem eu me posso ouvir! Eu não sou assim… Não sei o que me aconteceu, mas tenho saudades de mim e quero-me de volta!
Acredito que as pessoas, na sua essência, não mudam. Querendo, podem limar-se arestas aqui ou ali, acontece a maturidade e as escolhas que se fazem, mas nos alicerces que nos fazem ser quem somos não há volta a dar-lhe. Estes alicerces manifestam-se cedo, fruto do que vamos conseguindo colher do que nos rodeia, aprendizagens, exemplos, fruto das heranças que carregamos, do contexto em que somos despejados. Ser quem somos, como um fardo indissociável da identidade. Nem sempre fácil, mas dos poucos incontornáveis da vivência, mais que da vida, de cada um, por muito que se tente fugir da própria sombra.
não foi um, foram muitos sorrisos. Mas sim, continuo a achar que são perigosos.
um sorriso perigoso, que começou aí desse lado. Perigoso porque não sei onde vai acabar.
Ficar um dia inteiro sem te ver
Ouvir nos recantos das memórias
O açúcar dos céus ocos sem reflexo de ti
Apetece-me pôr a vida no prego, suspendê-la por uns tempos e ir ali viver outra vida por alguém... Só para fazer uma pausa nesta que é a minha e de que em regra tão pouco me queixo. Pois que se lixem as regras, não sou eu que estou dentro de mim, e hoje queixo-me. Em regra não choro, não grito, não sofro, não perco a calma nem a compostura, em regra relativizo e sei que estou bem, que hei-de estar bem ou pelo menos fazer bem a alguém. Hoje flutuo por uma realidade alternativa em que não me revejo, descuido os travões emocionais e deixo cair quanta chuva me sobra da alma afogada, sufocada.
Em regra arrisco e transbordo de palavras e exponho o que me falha e que não sei, em regra os baldes de água fria surpreendem-me sem a gabardina vestida. E em regra sorrio porque a surpresa me apraz, em regra vejo um raio de sol despontar e logo a energia se me renova desde o âmago mais primitivo do Ser, seca-me as dores e continuo a marcha, decidida, em direcção à rota e não ao destino.
Hoje não é o meu eu que de relance se reflecte em cada janela. Perdi o norte e o mapa e ando em passos tontos de sobe-e-desce que não chegam a lado algum. Sou dúvida incerta até de duvidar, sem suporte nem amparo, sem rede mas também sem risco. Flutuo em paralelos que não me tocam, passo incólume ao tempo e ao girar do mundo, vou existindo, adiando o desmaio que espreita pelas brechas de cansaço. Não ser eu também cansa.
Quebrada, partida, exausta, vazia, cinzenta. Reservo-me o direito de estar nesse canto poeirento e escuro que passo o resto do tempo a evitar. Quedei-me por aqui e não trouxe vontade (que a força sempre encontro) de me desencostar.
Ai de quem vier sem (a)braços para voar, sem coragem para amar!
Os homens não são todos iguais. (Nem as mulheres, for that matter.) Mas lá haverá uns traços comuns no cromossoma Y (o da perninha a menos), aos quais poucos escapam, por motivos que agora não interessam nada. Porque o que interessa agora é o que me chateia, que é aquela tónica comum ao Machus ignorantus, que hoje podemos chamar de falta de ousadia. Vejamos: (quem se identificar ou a alguém que conheça ponha o dedo no ar! Ou, vá, no teclado. É aproveitar que hoje o consultório sentimental é grátis.)
- ele há o gajo que tem medo da mudança, seja ela qual for: casar, juntar trapinhos, comprar casa, procriar, divorciar-se, assumir os filhos que tem com a amante perante a família… Tudo o que implique definir as situações “preto no branco” dá-lhe arrepios, pelo que quando chega a hora H baza da praia sem mais nem ontem, finge que não é nada com ele e vai ali comprar tabaco… Ou seja, no tiene cojones para o que faz falta.
- ele há o engatatão que é podre de bom e as gajas, não resistindo ao seu sorrisinho de galã, sentem os joelhos a tremer e desfalecem nos seus braços. Este tipo não concebe a ideia de estar sozinho e um dia sai-lhe a sorte grande: o engatatão encontra uma semelhante do género oposto que lhe leva a melhor. E leva a melhor porque o facto é que as mulheres são matreiras, frias e calculistas (criaturas horrendas, na verdade e, não sendo todas farinha do mesmo saco, as excepções confirmam a regra). Quando dá por si, já o Don Juan está a trabalhar para sustentar uma qualquer badalhoca e os seus filhos (de outros pais, naturalmente, mas se ele tiver guito suficiente, a gaja embucha dele também, que há que garantir a herança).
- ele há também o outro engatatão, mais low profile, que é sensível, intelectual e modesto, mas depois do primeiro desgosto/par de cornos/grande tampa, chora baba e ranho, diz que nunca mais se vai dar a ninguém porque, coitadinho, sofreu tanto nas mãos daquela megera, e começa a utilizar esse argumento simultaneamente, como chamariz de novas vítimas (que as mulheres adoram um bom dramalhão e homens profundos e problemáticos) e como pretexto para o rol de flirts ir aumentando sem nunca se prender a ninguém. O que é isto, para além dum oportunismo frio? Falta de ousadia: “aiai que pode cair”, “aiai que pode doer”… Quem não arrisca não petisca, pá!
- depois temos os príncipes encantados, loiros e de olhos azuis (para quem aprecie o género, que não é o meu caso), super-queridos, românticos, estáveis, dos que oferecem flores e cozinham jantares à luz das velas, galanteiam, tocam piano (e saxofone e guitarra, já agora), galateiam mais, insinuam, mais um arrastar de asa achocolatado, galanteiam mais um pouco, e demoram taaanto tempo a manifestar claramente os seus sentimentos que uma gaja aborrece-se de esperar, começa a ter dúvidas se afinal o tipo está interessado ou armado em parvo, e entretanto “já foi”. Caramelos sem noção do timing: ou ‘coiso’ ou sai de cima, não?!
- Ele há o ‘melhor amigo’, criatura sempre dedicada, em quem se confia a vida e tudo o mais, o que ama platonicamente (muitas vezes em segredo) e sofre porque ela gosta de outro; ela confia no amigo para todos os desabafos, usa e abusa do ombro dele. Este protótipo de macho consegue esperar anos a fio, não arreda pé, está lá em cada momento mau, em cada lágrima, afaga-lhe o ego, dá apoio e cola os pedaços de coração partido com fita-cola, se for preciso. Mas não tem tomates para agarrar a gaja pela cintura e lhe dizer que está desesperadamente apaixonado, que assim não consegue viver e que ou ela lhe dá uma oportunidade ou ele vai fazer uma desintoxicação amorosa para outro canto do hemisfério e nunca mais a quer ver. Há que fazê-la optar, porque se a deixarem ela vai querer o melhor dos dois mundos e toda a gente sabe que não se pode ter tudo (pelo menos para sempre): o foleirão* que a trata mal mas lhe dá calores e o amigo que suprime as carências emocionais do anterior.
- last, but not least, temos os anormais traumatizados com o passado, que se acham o máximo, profundos e intrincados, mas são no fundo obsessivos e psicóticos. Noutras palavras, uns colas. Alguém faz o favor de lhes explicar que não é por baterem muitas vezes na mesma tecla que ela vai soar de forma diferente? “Desgruda, meu!” Não resultou no inverno da mesma forma que não vai resultar no verão. Ela escorraça-o da melhor maneira que sabe (insultos, pontapés, indiferença…) porque até quer que ele seja feliz. O tanso perde o tempo dele a sufocar a moça e a humilhar-se, em vez de viver a vida e reparar que a rapariga do lado, por acaso, até seria perfeita para ele. A isto chamo eu falta de sensatez para lidar com as perdas e aprender com os erros. Talvez porque seja confortável e tão mais fácil andar para trás e para a frente no único caminho que se conhece em vez de se fazer à Vida e ousar desbravar terreno inóspito, arriscar novas rotas.
Adenda a pedido de leitor que facilmente poderia encaixar-se em duas ou três das categorias acima descritas, em simultâneo:
- o parvalhão é único e irrepetível; é o tipo que tem personalidades múltiplas (consoante o continente em que se encontra), é preconceituoso, descarado, atrevido, capaz da maior sucessão de atitudes infelizes de que há memória, insensível, acha que é enigmático (mas no fundo é um livro aberto) e especial e acredita que o gelo não derrete; tem sotaque saloio, bate na mulher... Um docinho (de figo), portanto.
A parca idade e experiência nestas coisas das relações inter-sexo podem ter causado lacunas gravíssimas ou erros profundos nesta análise feita em cima do joelho (literalmente). Apesar de eu ter sempre razão, advirto que será pouco saudável alguma vez tomar alguma das minhas palavras como verdade absoluta. É, contudo, a minha verdade e quem discordar é livre de se manifestar (desde que não atirando ovos podres… que esses podem fazer falta para atirar aos ministros).
*este foleirão pode ser qualquer um elemento das restantes ‘categorias’
Hoje perguntaram-me quem é a pessoa de quem mais gosto. Respondo, seguríssima: "de mim própria". Nem sempre parece que é assim, mas é verdade.
E quando um dia perceberes que esse pensamento já tinha sido pensado sem nunca as vossas existências se terem tocado? Quando comparares lado a lado ambições, ideais e pragmatismos? Quando medires intensidades e coincidências? Insistirás em perseguir um futuro que definhou num passado distante? E se em vez de teimares em suspiros do que poderia ter sido te fizeres à VIDA e agarrares com fome voraz o que ela tem para te oferecer?
Trust me on this one: a vida é aqui e agora!
O vento anda, corre e voa!
Gente Arejada
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