Esta idade que tenho, não a sinto. Não se me impõe, não me limita nem me pesa. Não é muita, nem é pouca e não me importa. Quase sempre sinto que sinto como quando era adolescente. Tudo em demasia, tudo muito intenso, muito forte, porque é tudo muito verdade e não gosto de rodeios. Não sei se pareço muito menos, mas sei que quando olho para trás vejo muitas coisas, muitos dias bem vividos, não lamento nada do que fiz. E quando olho para a frente vejo muito mais, porque me parece que comecei ainda agora, que o universo é imenso e está sequioso de esperar que o encontre. E vou partindo, ao seu encontro, ora pelas latitudes fora, ora por mim dentro. O saco das memórias é desarrumado, já se sabe, sem a ordem que se gostava de encontrar quando se desenrolam novelos. Não perdi nada do que tinha aos 15 anos, parece-me que só ganhei. Sendo sempre a mesma, mudei. Mas não mudei muito. Hoje consigo disfarçar melhor a timidez e de vez em quando já me vejo mulher, mas continuo a ser mais miúda. Continuo a gostar das mesmas coisas, não troquei os ténis por sapatos de salto, continuo a gostar muito de rir com a alma toda. Mas foi só com esta idade que reparei que já sofri como gente grande, e a seguir descobri que queria ter o mundo todo nas mãos e que as dores (mesmo as físicas) são irrelevantes. Foi com esta idade que tomei decisões adiadas e que arrisquei. Foi com esta idade que passei a viver sozinha e a ter tempo para desfrutar da minha companhia. Foi com esta idade que abri os olhos e vi com clareza o que pretendo para mim. Foi com esta idade, mais dia menos dia, que fiz uma directa da discoteca para o trabalho. Foi com esta idade que descobri que o Amor acontece, não se faz. Foi com esta idade que afirmei sem pudores as minhas prioridades e que comecei a colocá-las por ordem na minha vida. Com esta idade saltei de pára-quedas, escrevi mais e melhor do que nas outras idades todas somadas, com esta idade fui seduzida. E foi só com esta idade que aprendi a chorar, a não trancar tudo num cinzento nó na garganta, e parece-me que ando a compensar os anos em que não derramava uma lágrima. Com esta idade percebi que a ideia da solidão até ao fim é assustadora, mas que não troco a minha solidão por companhias ocas e superficiais. Foi só com esta idade que me vi adormecer nos braços de quem amo desde sempre e, por um instante, antes de ceder ao sono, achei que a vida era perfeita.
Queres mesmo mesmo mesmo, mas mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo saber o que penso quando penso em ti? Queres? Mesmo?
Querias... Mas não to vou dizer. Se quiseres MESMO saber, vais ter de dar-te ao trabalho e obter/seguir as pistas. A primeira dou de barato, que sou generosa.
Pista #1: Há uma parede em Lisboa onde está tudo escrito, numa só frase...
Para obter mais pistas é favor deixar esmola na caixinha. =)
A ideia criativa, a roçar o genial; A arte intensa (na imagem e no som); Os segredos reais e puros, porque são anónimos (?). Os comentários entre o livro de filosofia e o divã do psiquiatra. Um dos melhores blogues de sempre. Parabéns, Shiuuuu.
Quem dance comigo no meio da rua.
Quem me beije à chuva.
Quem adivinhe quando preciso dum abraço.
Quem não precise de perguntar porquê.
Quem tenha orgulho em andar de mão dada comigo.
Quem me faça rir.
Quem escute realmente o que digo.
Quem não hesite em voar comigo sem destino.
Quem me faça sentir única e especial.
Quem não me sufoque senão com ternura.
Quem não me traga de volta à realidade quando sonho.
Quem me deseje.
Quem me diga sempre e só e toda a verdade.
Quem me aqueça quando tenho frio.
Quem me faça acreditar.
ou talvez não procure, porque encontrei quando menos procurava.
um sorriso perigoso, que começou aí desse lado. Perigoso porque não sei onde vai acabar.
COISAS de um pouco a altamente IMPROVÁVEIS NOS ÚLTIMOS 7 MESES:
(não necessariamente por esta ordem, porque baralhei tudo de propósito)
Gente Arejada
Confissões de uma Mulher de 30
Coração de Amores (Im)Perfeitos
O Amor nos Tempos da Blogosfera
Fotografia