Queres mesmo mesmo mesmo, mas mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo saber o que penso quando penso em ti? Queres? Mesmo?
Querias... Mas não to vou dizer. Se quiseres MESMO saber, vais ter de dar-te ao trabalho e obter/seguir as pistas. A primeira dou de barato, que sou generosa.
Pista #1: Há uma parede em Lisboa onde está tudo escrito, numa só frase...
Para obter mais pistas é favor deixar esmola na caixinha. =)
Um dia destes traduzo, se voltar a vontade. Escrevi isto num dia azul e sereno e os dias têm estado cinzentos e esmorecidos. Um dia destes...
Desejo-te perto e vens buscar-me, levas-me de urgência escadas abaixo para contemplar o rio à beira-chuva. Descalços, ambos, por relvas e troncos e pardais. Sensualidade molhada de seios e umbigo, arrepios, do frio e da proximidade da tua pele. Não sorris, sequer vocalizas o que quer que seja. Os teus dois olhos escurecidos, carregados de verdade. Pegas-me nos pulsos e olhas-me de frente como se me fosses anunciar um fim de mundo. Sério, grave. Os lábios entreabrem-se como que a desenhar palavras no ar, como que a tomar coragem. Toda eu um ponto de interrogação, exclamação, reticências… O cabelo molhado, sem ordem, a enganar. Um fingido cansaço desarma e a respiração acelera. Pingos grossos acariciam a cara, lambem os ombros, deslizam matreiros pelas costas. A névoa que sempre separa os meus olhos dos teus dissipa-se num bafo. Procuro ler-te, ansiosa por pular para dentro dum sonho. Murmuras: “E se disser que gosto de ti?” Conheço bem esta espiral, que sempre impões diante de mim, sem portas nem refúgios, apenas o infinito, aberto, à espera de ser colhido. “Quando o pensamento de mim te siga a todas as horas, quando souberes que a vontade é maior do que só a de ter o casulo do ego acarinhado; Quando reconheceres muito mais que uma doce empatia. Quando sob pálpebras cerradas o coração chamar o meu nome. Só nesse dia voltarás a ter-me tua.”
Solto uma mão e com um polegar afago a tua face desmascarada. Apertas-me contra o peito, não te importas de confessar uma lágrima, espessa, outra. Carinho, dor, amor, identidade. Estes que somos.
Por te amar, mudei. E decidi tornar a amar só quando esse dia chegar. Naquele abraço permanecemos, sem tempo, enquanto a chuva molhar.
Há quem acredite no amor à primeira-vista.
Há quem consiga encontrar agulhas em palheiros.
E tu? Em que acreditas?
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
I miss your smile...
I miss your light...
I miss you...
Hoje vai ser um dia de reencontros. Curioso como o acaso os reuniu no mesmo canto do continuum espacio-temporal.
Hoje é dia de retornar a um ponto de onde há muito parti, cheia de pontos de interrogação nos bolsos e vontade de entrar por novas portas. Entrei, era um labirinto, mas não desisti, como nunca desisto de nada do que quero. De volta a este ponto, vejo luz difusa, porém, Luz. Não é escuro o meu futuro, porque jamais o permitirei. Incerto, sim, que bom!
Hoje é também dia de voltar ao local onde o meu coração disparou com um sorriso, à velocidade da luz, e comecei a temer uma profecia antiga, aparentemente irracional. Já mencionei que o perdi, ao coração? A quem o possa encontrar por aí, deixai-o estar, que as mazelas fora do peito talvez doam menos, em falsete. Deixei de preferir a dor aos analgésicos (emocionais, entenda-se)… Sabemos todos que as pessoas não servem para penso-rápido e orgulho-me de ter conseguido resistir a essa apelativa tentação. Melhor assim, menos baixas a registar.
Pensando bem, adensa-se a coincidência… Não era por ali que se encontravam aqueles estranhos personagens, entre insinuações e reticências?
Uns passos à frente, reencontro ainda a esquina em que te senti pela última vez. Estava(s) frio. Hoje, um raio de sol mesmo que chova. Daqui, ainda… tudo.
And last, but surely not least, um reencontro há tanto tempo desejado… Com uma pessoa tão, mas tão importante por estes anos fora. Repito-me: a distância só ilude os olhos. Que bom ter-te de volta, ouvir-te e tornar a pegar em tantas cumplicidades como pegas nas minhas mãos, com ânsias de intimidades revisitadas. Como se nunca tivesses partido.
Hoje vai ser um dia de reencontros.
Tento fugir-te, trabalhando, escrevendo, lendo, fotografando. Escusado. Todos os caminhos vão dar a ti.
Uma cor, um relato, uma canção. Tudo sempre sobre ti, sobre o que nós não somos. A impedir de me esquecer das saudades que tenho de ti.
Gente Arejada
Confissões de uma Mulher de 30
Coração de Amores (Im)Perfeitos
O Amor nos Tempos da Blogosfera
Fotografia